quinta-feira, 11 de junho de 2015

A hora dos Bancos Privados

Como ficam os financiamentos imobiliários com as mudanças na CEF?


Com a evasão recorde de recursos da caderneta de poupança, nos primeiros meses de 2015, a Caixa Econômica Federal - CEF, ficou sem caixa para o financiamento imobiliário, pois as principais fontes de captação do SFH-Sistema Financeiro de Habitação, são a poupança e o FGTS.



Esse e outros fatores, levaram com que a CEF, fizesse uma série de alterações na sua politica de liberação de crédito.

Após uma repentina elevação de juros em janeiro, em abril, promoveram uma nova elevação de taxas e com reduções dos limites de financiamento para imóveis usados, baixando o limite máximo de 80% para 50% do valor de avaliação do imóvel, diminuindo consideravelmente o acesso ao crédito.

Como a CEF, detia 70% do mercado de financiamento de imóveis usados no Brasil, chegou a hora dos bancos privados aproveitarem o momento e aumentarem suas fatias neste mercado, que era praticamente monopólio da CEF.

Pensando nisso,  fizemos um levantamento, para ver as atuais condições da CEF e de outros bancos, em relação aos financiamentos imobiliários.

Lembrando que os dados levantados são um resumo e para efeito de calculo,  pegamos um imóvel usado, com valor de R$ 500.000,00 (SFH) e com taxas de balcão. Veja abaixo a conclusão:

Bradesco
Limite 80% do valor do imóvel
Prazo máximo 30 anos
Taxa juros efetiva  9,5% aa
CET 10,25% aa

CEF
Limite 50% do valor do imóvel
Prazo máximo 35 anos
Taxa juros efetiva  9,4499% aa
CET 10,6624% aa

Santander
Limite 70% do valor do imóvel
Prazo máximo 35 anos
Taxa juros efetiva  10,6% aa
CET 11,25% aa

Banco do Brasil
Limite 80% do valor do imóvel
Prazo máximo 30 anos
Taxa juros efetiva  10,4% aa
CET 11,1% aa

Os bancos ItaúUnibanco, HSBC e Citibank, não disponibilizam simuladores para que pudessemos fazer o comparativo.

A taxa de juros efetiva, ainda é acrescida da TR (Taxa Referencial) que de janeiro a junho deste ano, está acumulada em 0,6777.

No CET (Custo Efetivo Total), estão incluso os seguros e taxas cobradas pelos bancos e podem variar em função dos custos de seguro, fiquem atento a ele, pois representa o seu custo final.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Financiamentos Imobiliários

Governo prepara pacote para financiamentos imobiliários


por Murilo Rodrigues Alves, do Estadão Conteúdo

Brasília - O governo prepara um pacote de medidas para resolver a questão da falta de recursos para os financiamentos imobiliários. Falta determinar qual o tamanho exato dos mecanismos para não comprometer dois pontos cruciais para a equipe econômica de Dilma Rousseff: o combate à inflação e o ajuste fiscal.

A Caixa quer liberar recursos do FGTS para estes financiamentos

O mais provável é que sejam adotadas ações propostas tanto pelo Banco Central como pela Caixa, a principal prejudicada com os saques recordes da poupança. A Caixa ficou praticamente sem recursos para financiar a compra de imóveis avaliados em até R$ 750 mil.

"Esse conjunto de medidas - porque não basta apenas uma - é importante para mantermos o crédito imobiliário no País. Isso vai ser muito proximamente resolvido", disse a presidente da Caixa, Miriam Belchior.

Liberação de recursos

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o BC sugeriu liberar uma parte dos 20% dos recursos da poupança que os bancos são obrigados a deixar na instituição (chamados de depósitos compulsórios), desde que os bancos usem esse dinheiro para conceder financiamentos a casas populares.

Essa prerrogativa, que já foi adotada para o setor automobilístico, é importante para não aquecer a economia como um todo e dificultar o combate à inflação.

Mas não há hipótese, segundo fontes ouvidas pela reportagem, de o BC liberar os R$ 44,3 bilhões de compulsórios como as construtoras pediram.

Ao mesmo tempo, o BC deve apertar a fiscalização para que os bancos apliquem realmente os 65% dos depósitos das cadernetas nos financiamentos de casas próprias.

Isso porque as instituições conseguem burlar essa regra com o uso de títulos e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Na prática, o dinheiro da poupança, que era para ser usado na construção de casas, também financia imóveis comerciais.

Se os bancos privados, que ainda têm "gordura" para queimar, não quiserem seguir a nova flexibilização, eles podem ceder esses recursos mais "baratos" para os bancos menores, que assumiriam os riscos dos empréstimos.

Já a Caixa trabalha para que o conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) libere uma parte maior do orçamento para esses financiamentos.

Isso faria com que se pudesse ampliar o valor dos imóveis que podem ser financiados pelo fundo e cobrar taxas menores. Hoje, o limite é de R$ 190 mil para imóveis nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio e no Distrito Federal.

A ideia é ampliar para financiamentos de até R$ 300 mil a R$ 400 mil. A preocupação é que esse dinheiro não pode ser usado para financiar imóveis muito caros, o que seria uma distorção na função de distribuição de renda do FGTS.

Em meio à contenção dos gastos e sem poder fazer novos aportes no banco estatal, não restou outra alternativa ao governo do que recorrer ao FGTS.

Dessa forma também se evita o "patrimonialismo" de subsidiar um setor com dinheiro público, recorrentemente criticado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.